Do livro da Aline Bei gostei logo de cara: o título. Que tem a ver com minha amiga e escritora Andrea Berriell, que tem uma história com pássaros mortos e tínhamos falado disso naqueles dias em que vi o título. Ela tinha até colocado um pássaro morto numa caixa e vi a foto. Daí entrei em contato com a Aline, para comprar o livro. Ela é um doce de pessoa, o que conta para isso de ir com o livro logo de cara. Na dedicatória ela desejou que ele me fizesse a mesma companhia que uma música faz, e eu gosto mesmo da companhia de uma música e ela acertou nisso também. Bem, ao folhear comecei a ouvir. Gostei da estrutura e aquelas notas me atraíram para a leitura e falo isso porque não é sempre que acontece. A capa rosa, pink, fúcsia, não importa. O tamanho das letras. Havia uma harmonia. Comecei a ler num final de semana difícil. A delicadeza da escrita soou aguda e grave em mim. Bateu daquele jeito que bate uma música que a gente nunca ouviu e que passamos a adorar. Como ela conseguiu falar disso com tanta suavidade? Nossas meninas de oito anos se encontraram e pude ouvir aquela criança como quem ouve a si mesma. Nesse encontro a personagem sussurrou a dor profunda da vida e da morte com beleza estética. Aline mantém isso ao falar do que uma mulher sente e, se não sente, compreende. Não vou conseguir expressar a beleza da obra, quem faz isso é ela. Mas estou aqui porque terminei o livro e ainda escuto seu ritmo, sua voz. Obrigada, Aline,
queria te agradecer, acho que é isso.
Tiago Novaes
Anita Deak
Andrea Berriell